‘Ela tem uma fé inabalável. Em meio a tantos desvios, erros e desilusões, essa fé continua acesa, afirmando que ainda dá para continuar.

Essa fé é uma mistura de força interior e inspiração divina, tem algo de sagrado que imortaliza a esperança e a torna um pouco heroína invencível. É uma energia renovadora que vem do coração, da mente, de cada célula do seu corpo cansado de lutar e faz milagres, move montanhas.

São inúmeras as quedas e as vezes em que o adversário tem super poderes maiores que os dela. Mas ela é meio que protegida do destino, o bem está do seu lado (ou seria ela que está do lado dele?).

A fé dela é um pensamento positivo e inspirador que traz ânimo ao espírito, claridade aos pensamentos, leveza para escolher novas formas de combater os obstáculos.

Que ela nunca perca essa fé. Que nada nem ninguém seja capaz de apagar essa chama que a liga à fonte da vida, que a faz ter esperança de que tudo muda e ela pode vencer.’

Sabrina Davanzo.

It takes two to Tango!

Este texto de Mario Sabino publicado pela Folha, mostra uma linda poética sobre relações com referência ao Tango.

🙂 Tenham um ótimo Final de Semana!

O que faz de um tango um tango não são as letras lamuriosas. O que faz de um tango um tango não é o Gardel morto que canta cada vez melhor. O que faz de um tango um tango não são os passos ensaiados na tradição. O que faz de um tango um tango não é a orquestra com o ar cansado de quem tudo já viu. O que faz de um tango um tango não são as pernas altas da dançarina, calçadas em meias pretas. Não é seu cabelo preso ora com flor, ora com fita. O que faz de um tango um tango não é o chapéu antigo do dançarino. Não são os seus sapatos lustrosos. Não é o seu terno de risca-de-giz. Não é o seu lenço dobrado no bolso da lapela. O que faz de um tango um tango não é Buenos Aires. Não é qualquer geo-grafia. O tango não está no mundo das latitudes, das longitudes, das cartografias, dos guias turísticos.

O que faz de um tango um tango é a atração e a repulsa. É a tentação e o medo. É o afeto e a raiva. O que faz de um tango um tango é ela seguindo na mesma direção dele, e ele seguindo na mesma direção dela, até que um tenta fugir e o outro tenta impedir, numa alternância de fugas que se querem e não se querem. O que faz de um tango um tango é a dor de um e de outro transformada em coreografia simétrica. O que faz de um tango um tango é o encontro que se desencontra e se reencontra. O que faz de um tango um tango são os volteios do amor dos poemas clássicos, das canções dos trovadores. Os volteios do amor que bebe no prazer e na fúria. Os volteios do amor que se amorna e logo torna a incandescer. O que faz de um tango um tango é o amor que, na iminência de um final que se prenuncia infeliz, acha o final feliz. Porque nunca em um tango que é tango os dançarinos terminam separados, descolados, deslocados.

O que faz de um tango um tango sou eu dentro de você na carne e você dentro de mim na alma, depois do último acorde, depois do último aplauso, depois da última lágrima, depois do último gozo. O que faz de um tango um tango é a música que se quer silêncio. O silêncio dos amantes.

MARIO SABINO. Folha de São Paulo, 19 de setembro de 2010.

CELEBRACIÓN

Poeminha lindo do ‘tio’ Antonio Torres pra vocês..

 

CELEBRACIÓN

Un campo de flores sonríe
para el resplandor
en los ojos del amanecer
mientras la eternidad vigila
en el silencio de lo invisible
como un dios omnipresente
o guardián de la memoria
de la geometría de los vuelos
de nubes y mariposas
que bailan como las llamas
de besos y miradas
en los jardines de Aranjuez
o la música en la voz
de jazmines y estrellas
celebrando la noche
del amor revisitado
o el perfume de sueños
del amor nunca olvidado.


Antonio Torres
Aracaju – Sergipe – Brasil, el once de marzo de 2012.

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

 

Começo a semana com um trecho do livro: ‘O Pequeno Príncipe’  para reflexão..

Lindo! ♥

 

 

…”E foi então que apareceu a raposa:

– Bom dia, disse a raposa.

– Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.

– Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…

– Quem és tu? perguntou o principezinho.

Tu és bem bonita.

– Sou uma raposa, disse a raposa.

– Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste…

– Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.

Não me cativaram ainda.

– Ah! Desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

– O que quer dizer cativar ?

– Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

– Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?

– É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.

Significa criar laços…

– Criar laços?

– Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.

E eu não tenho necessidade de ti.

E tu não tens necessidade de mim.

Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo… Mas a raposa voltou a sua idéia:

– Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.

E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo…

A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:

– Por favor, cativa-me! disse ela.

– Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.

– A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!

Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.

Mas tu não a deves esquecer.

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Bob Marley sobre Como Amar uma Mulher.

Hoje só se fala em Valentine’s Day.

Corações por todos os lados, amor, romance.. e eu poderia fazer um post todo à caráter homenageando este dia, mas de nada valem flores e bombons se você não for verdadeiramente valorizada(o).

Penso que cada vez mais as relações e valores andam distorcidos, mas este é um assunto que não vou me prolongar por hora.

Segue um texto lindo e reflexivo dedicado às mulheres, mas que vale para todos.

Espero que gostem! e… Happy Valentine’s Day! 🙂

 Tradução:

 “Você pode não ser o primeiro homem dela,… o último homem dela ou o único homem dela. Ela amou antes, pode ser que ela ame de novo. Mas se ela o ama agora, o que mais importa? Ela não é perfeita – você também não é, e vocês dois podem nunca ser perfeitos juntos, mas se ela te faz rir, te faz pensar duas vezes, e admite ser humana e cometer erros, segure-se a ela e dê a ela o máximo que você puder. Ela pode não estar pensando em você a cada segundo do dia, mas ela te dará uma parte dela que ela sabe que você pode quebrar – o coração dela. Então não a machuque e não espere mais do que ela possa dar. Sorria quando ela te fizer feliz, diga a ela quando ela te deixar com raiva, e sinta a falta dela quando ela não estiver por perto.”

-Bob Marley.

Guimarães Rosa.

“Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total. Todos os sucedidos acontecendo, o sentir forte da gente – o que produz os ventos. Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.” — Guimarães Rosa

Fonte: Papel e Tudo.